domingo, 20 de setembro de 2009
Reflexões
"Mais uma noite que se torna dia e nós aqui nessa agonia
Mental, física e espiritual
Estamos ardendo como tal
Chamas de terror congelam nossa imaginação
Tentam nos dopar com sexo, drogas e televisão
Com sua sórdida programação
Discursos vazios mas cheios de emoção
Assim, utilizam-se da sensibilidade como uma razão
Para convencer a multidão
Nós, jovens, somos a força para transformar esse mundo
Não podemos aceitar esse papo tão velho e cansado
De que as coisas são e serão assim e que estamos todos ferrados
Não! Sabemos que somos e fazemos a história e não estamos acabados
O que ontem era a entrada, hoje é a saída
O que ontem era a crença, hoje é a mentira
Portanto, necessitamos de muita voz para sermos ouvidos
E como a palavra certa causa indigestão
No organismo de quem está acostumado a falsidades
Precisamos de muito mais que uma canção
Para expressar nossa decisão
Em lutarmos contra toda essa opressão
Em nível mental e em nível social
Plantada em nosso coração, por uma 'bela' criação
(Que não tem nada haver com uma boa educação)
Pelos hipócritaas cristãos que cantam uma linda oração
Que fala de amor e de perdão
E nas ruas, matam com a indiferença seus irmãos
Vida, essa palavra tem muitos significados
Mas acreditamos que seja mais que um fado
E que podemos aproveitá-la e recriá-la
Com uma visão de mundo diferente da fabricada
Em mentes tão pequenas e egoístas
Aquela vidinha fútil que te dá náuseas,
Aqueles que andam por esse mundo espalhando horror
Chega de tanta estupidez e de tanta violência!
Temos de viver para a vida e não para o medo!
Temos que viver, precisamos disso, agora e
Não depois, nem no céu, nem no inferno..."
Rafaela Escher
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Ninguém me habita
"Ninguém me habita.
A não ser o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa me rever no outrora.
Ninguém me habita.
Sozinho resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem..."
Thiago Melllo
sábado, 12 de setembro de 2009
Compañero Presidente
"Un buen día decidiste
caminar junto a tu pueblo,
conocerlo y respetarlo,
y representarlo entero.
En cuántos años de lucha,
de consecuencia y desvelo
recorriste palmo a palmo
desde Arica hasta el Estrecho.
Siempre quisieron quebrarte
con calumnias y atropellos,
y tú caminabas firme
junto a las filas del pueblo.
El año setenta justo
sacaste un blanco pañuelo
que iluminó nuestra patria,
fue en la Alameda, recuerdo.
Entregaste a la mujer,
al niño, al trabajador,
un ancho y largo camino
por un mañana mejor.
Pero ya desde las sombras
se ocultaba el asesino:
te querían de rodillas
y no con el talle erguido.
El once muy de mañana
sabiendo lo que pasaba
fuiste el primero en la lucha
con corazón y metralla.
Déjame hacerte un poema,
bienamado Salvador,
déjame gritar tu nombre
desde el Cuzco hasta Bankog.
La historia no se detiene
ni con represión ni muerte;
son tus últimas palabras,
compañero presidente."
por Ángel Parra
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Trecho de um romance
Minha cabeça é uma montanha esburacada, por onde escoam todos os detritos do mundo.
Meu coração não bate, apanha.
E os meus pés estão sempre tropeçando.
Pára, pensamento, pára. Um instantinho só, por favor. Preciso esquecer.
O quê? Tudo.
Chega de sofrimento, quero o alento.
É a memória - e não a dor - que faz você se lembrar de centenas de ruas selvagens e ermas.
Li isso em "Luz de Agosto", mas já faz muito tempo.
Cite um absurdo.
O brado retumbante.
Outro.
Um homem rastejante.
Mais outro.
O céu da pátria nesse instante.
Cite o pior de todos.
A morte.
Diga qualquer coisa.
A paz a gente só encontra na morte ou quem morre acaba?"
por ANTÔNIO TORRES, escritor baiano
Trechos de “Um cão uivando para a Lua” (1972)
Velho Lugar
É hora de ensinar
Nunca é tarde pra aprender
Se o sonho acabou
Tenta não esquecer
A gente fez ele acontecer..."
Canção "Velho lugar" de Charles Master
Banquete de Lixo
Às 3 horas da manhã na cidade tão estranha
Um palhaço teve a manha de um banquete apresentar
E era um latão de lixo transbordando em Nova Iorque catchup e caviar
E eu dormindo embriagado, um par de coxas do meu lado
E eu sem saber se devia ou não tocar
Se era estrangeira, mãe, esposa ou outra besteira
Que eu inventei de aprontar
"O hoje é apenas um furo no futuro
Por onde o passado começa a jorrar
E eu aqui isolado onde nada é perdoado
Vi o fim chamando o princípio pra poderem se encontrar"
Fui levado na marra, pois enfermeiro quando agarra
É que nem ordem de prisão
A ambulância me esperava, e aí o que rolava, internamento einjeção
E lá em Serra Pelada, ouro no meio do nada
Dor de barriga desgraçada resolveu me atacar
O show estava começando e eu no escuro me apertando
E autografando sem parar
Muitas mulheres eu amei e com tantas me casei
Mas agora é Raul Seixas que Raul vai encarar
Nem todo bem que conquistei, nem todo mal que eu causei
Me dão direito de poder lhe ensinar
Não sou nenhuma ficção
E é assim torto de verdade com amor e com maldade
Um abraço e até outra vez
Essa é a letra da música/testamento de um brasileiro 'nato', um cara dakeles!!!
Homenagem a Raul Seixas, esse baiano faz falta!
Toca Raul!!!!!
Ouça a música
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
7 de setembro
Dessa vez eu garanto tudo vai ser diferente
Mas só depois de fevereiro e do carnaval
Acordamos de ressaca e caímos na real!
Março ainda é cedo, dá prá gente esperar
E ver como o mês de abril vai entrar
Maio o ano engrenou, a rotina está de volta
Junho, julho e agosto parecem tão iguais
E te deixam tão feliz por já terem ido embora
7 de setembro em comemoração
Eu ponho a mão no coração
E canto uma canção um tanto patriótica
E todos os que foram embora
Prá nunca mais voltar, fazem coro agora
Hum, eu vou voltar!
Prô meu lugar
Todo mundo tem a sua hora
Parece brincadeira, mas outubro já chegou
Na minha vida é só mais uma primavera
Novembro e dezembro anunciam o natal
E trazem à lembrança os que estão longe daqui
Canção de Nei Van Soria
sábado, 5 de setembro de 2009
Dicas de filmes meio que "malditos, bastardos, lado b"
Eles não usam black-tie
Crônica de uma fuga
Missing
A vida de David Gale
Sobre meninos e lobos
Assassinos por natureza
Platoon
Psicose
O senhor das armas
21 gramas
Coisas que perdemos pelo caminho
3 efes
Valentin
A escolha
Insonia
Além da linha vermelha
Corações e mentes
Contos proibidos de Marquês de Sade
A culpa é do Fidel
A espiral
Gaviões e passarinhos
Os monólogos da vagina
Quanto vale ou é por quilo?
Cronicamente inviável
Central do Brasil
Diário de motocicleta
Macht point
Amores brutos
O bom pastor
Os últimos passos de um homem
Pecados de guerra
Thelma e Louise
No vale das sombras
Redacted
Medos e delírios
A noite dos lápis
Masked and anonymous
Cidade dos sonhos
A vida me mata
Feios, Sujos e Malvados
Terra em transe
O assassinato do presidente
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Contra-hegemonia
Manifesto
por Victor Jara
http://www.youtube.com/watch?v=en8yqVxuT-U
ni por tener buena voz,
canto porque la guitarra
tiene sentido y razón.
Tiene corazón de tierra
y alas de palomita,
es como el agua bendita
santigua glorias y penas.
Aquí se encajó mi canto
como dijera Violeta
guitarra trabajadora
con olor a primavera.
Que no es guitarra de ricos
ni cosa que se parezca
mi canto es de los andamios
para alcanzar las estrellas,
que el canto tiene sentido
cuando palpita en las venas
del que morirá cantando
las verdades verdaderas,
no las lisonjas fugaces
ni las famas extranjeras
sino el canto de una lonja
hasta el fondo de la tierra.
Ahí donde llega todo
y donde todo comienza
canto que ha sido valiente
siempre será canción nueva.
O nascedor
Paradoxalmente, quanto mais é manipulado, quanto mais é traído, mais nasce. Ele é o mais nascedor de todos. E pergunto-me: Não será porque ele dizia o que pensava e fazia o que dizia? Não será por isso que ele continua sendo tão extraordinário, neste mundo onde as palavras e os fatos muito rara vez se encontram, e quando se encontram não se cumprimentam, porque não se reconhecem?
O nascedor,
por Eduardo Galeano
retirado do livro "Espelhos"
Imagem cedida por Marco Antonio Linares, amigo mexicano que conheci em La Habana, Cuba