quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ano novo

Pilha De Livros

De que me adianta ter pilhas de livros
Se mal tenho tempo pra ler
De que me adianta gostar tanto assim
Se eu nunca estou com você meu bem
Se eu nunca estou com você meu bem

Na maior parte das vezes queremos muito mais
E assim nós prometemos que vamos melhorar
No ano que vem, no ano que vem
Na maior parte das vezes queremos muito mais
E assim nós prometemos que vamos melhorar
No ano que vem, no ano que vem

De que me adianta ter tanta ambição
Se não escuto o meu coração
De que me adianta sonhar todo o dia
Se falta você não tenho alegria
Se falta você não tenho alegria

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Amanhã será Tomorrow

Se fosse fácil como realmente é
Se fosse perto todo mundo ia
Se grito resolvesse, porco não morria
É preciso que tudo mude pra que tudo continue igual
Pra que a sua parte seja igual a nossa
Pois se ferradura desse sorte, burro não puxava carroça
Oh baby desce desse pau senão tu morre!
Absolutamente, tudo é relativo
O que se ve e o que não existe
O que pra mim é moderno, pra você pode ser chique
E qualquer um pode ser vencedor
Desde que não haja nenhum concorrente
Pois se ficar calado qualquer imbecil passa por inteligente
Oh baby desce desse pau senão tu morre!


Por Falcão

domingo, 6 de dezembro de 2009

Por mais que calem

Por mais que calem
por mais voltas que o mundo dê
por mais que neguem os acontecimentos
por mais repressão que o Estado imponha
por mais que se lambuzem com a democracia burguesa
por mais greves de fome que silenciem
por mais amontoados que estejam os cárceres
por mais pactos que façam com os controladores de classe
por mais guerras e repressões que imponham
por mais que tentem negar a história e a memória de nossa classe,

Mais alto gritaremos:
assassinos de povos
miséria de fome e liberdade
negociadores de vidas alheias
mais alto que nunca, em grito ou em silêncio,
lembraremos vossos assassinatos

De pessoas, vidas, povos e Natureza.

De lábio em lábio, passo a passo, pouco a pouco.


Salvador Puig Antich (1948-1974). Poeta e militante político catalão.
Foi preso, julgado e executado em 1974 pelo regime do ditador fascista Francisco Franco.